quarta-feira, abril 08, 2009

À um

Voltaste para mim
Como um Dejá-vu
Tingiste, implacável, de preto
O inebriante azul.

Mergulhei transcendendo
As asperezas... As cascas,
As marcas...
Em ziquezagues translúcidos
Há muito cicatrizadas...

Voltaste para mim,
Soprando luzes entre escuras valas...
Que por tanto tempo acreditei dormentes...

Voltaste para mim
Como à verdade
Tácita.
Cruel, cruel...

Antes,
Tiveste sumido de vez.
Não terias despertado em mim
O sufoco...
Do Gozo Interrompido.

Animalia

Resvalando entre os cercos
Subsistindo à matéria imantada
Fez-se Perfeito outra vez.

Entremeou-se em fragmentos
Pela viela intricada
Dois olhos como aquosos gumes
Perscrutaram o embotado pátio.

Tateou os cheiros ao redor
Na carne putrefata achou Sentido.
Formas densas;
Incrustadas;
Germinais.

Nm fulminante açoite
De enlevo...

Fez-se perfeito outra vez.



Percepções Tardias

Então tudo vem à tona...
As certezas.
De que nada será como antes.
Com a efêmera leveza do instante
Severo, nostálgico.

Esse antes que não coube...
Que não houve, de fato.
Está lacrado, trancafiado,
Existiu apenas em mim.

Assim como a ponte que atava-nos
Ruiu esparsando...
Pondo em falso os passos...
E eu despertei, enfim.

Dos simulacros de sentimentos
Dos redemoinhos de momentos
Da empáfia de existências....
...substanciais.

Esse antes que não coube,
Que não houve,
Existiu, unicamente, em mim
.